segunda-feira, 18 de junho de 2018

ATIR


Apresentação oral feita a 16 de Junho de 2018, no âmbito de avaliação para Practitioner em Programação Neurolinguística.

"Boa tarde!
Sejam muito bem-vindos a esta 1ª Conferência Mundial que, na minha opinião (e na vossa também ou não estariam aqui) tem um nome muito sugestivo: “Definição de objectivos para ter ainda mais sucesso!”. Na verdade, sucesso já todos nós temos. E, o que importa, de facto, saber, é como poderemos ter ainda mais sucesso!
Vou começar por perguntar:
Lembram-se das vossas resoluções de ano novo? Aquelas que todos nós afirmamos que vamos adoptar enquanto engolimos as 12 passas ao bater das badaladas da meia-noite? Neste momento, estamos a viver o dia 165 desde que 2018 começou. Quantas resoluções já conseguiram concretizar nesta primeira metade do ano?
Já voltamos a este ponto.
Considerando o tema desta conferência, perguntam vocês: o que nos podes ensinar que não saibamos já sobre como ter ainda mais sucesso?
Realmente, somos constantemente bombardeados com informação de várias formas e feitios com a qual podemos aprender.
As frases ditas inspiradoras que ouvimos ou lemos numa base diária são muitas, como por exemplo “A determinação de hoje é o sucesso de amanhã!”, ou “Cada um tem o sucesso que merece!”.
E parece que toda a gente tem uma fórmula para o sucesso: “Siga estes 10 passos e atinja o sucesso!”.
E os vídeos no youtube para nos inspirarmos são imensos! Por exemplo há aqueles em que nos dizem “levanta-te às 4:30 da manhã, ouve um podcast enquanto corres meia hora na passadeira, responde aos emails enquanto lavas os dentes, faz flexões enquanto esperas que atendam o telefone do outro lado e depois disto tudo olhas para o relógio e ainda são 6:30 da manhã e tens um dia inteiro pela frente para teres sucesso!”. Ufa!!
E, adicionalmente a tudo isto, podemos ler uma vasta panóplia de livros e absorver todas as ideias que os que já têm sucesso nos tentam transmitir. Anthony Robbins, por exemplo, é um óptimo paradigma no âmbito da literatura com os vários livros que já escreveu.
Eu própria já vi e li muito para descobrir qual o caminho que me vai levar a ter ainda mais sucesso.
E isto tudo para dizer exactamente o quê? Que podemos beber de todas estas fontes, mas o busílis para ter ainda mais sucesso, está, sem dúvida, no fazer! No pôr em prática tudo aquilo que lemos, vemos e ouvimos.
Mas o que é, afinal, o sucesso?
Dizem-nos que há 3 chaves muito importantes no trilhar do caminho que é o sucesso:
1.     Definir, concretamente, o resultado que queremos atingir
2.     Ser flexível
3.     E estar alerta para perceber que atingimos o resultado pretendido
Este foi o meu primeiro ensinamento quando a 23 de Setembro do ano passado tive contacto, pela primeira vez, com uma metodologia denominada Programação Neurolinguística. Pode ser um nome algo pomposo, eu sei, mas de forma muito simples, não é mais que uma arte que liga a mente, a linguagem e o corpo e nos dá ferramentas práticas para modelarmos os nossos comportamentos e o que nos rodeia.
Uma das primeiras perguntas que me colocaram naquele dia foi: “porque estás aqui?”. E a minha resposta foi: “porque quero ter sucesso”.
Claro que dizer “quero ter sucesso” é tão ou mais vago como dizer “a Terra é um planeta”. É preciso colocar estrutura e conteúdo nestas afirmações.
Sim, “quero ter sucesso” é, em si mesmo, um objectivo. Mas sem definir o caminho, nunca mais lá chegaria.
Como devemos, então, definir objectivos?
A gestão diz-nos que os objectivos devem ser SMART, isto é:
  • S (Specific) – formulados de forma específica;
  • M (Measurable) – mensuráveis, ou seja, devem poder ser medidos e analisados;
  • A (Attainable) – atingíveis ou alcançáveis;
  • R (Realistic) – realistas, isto, ter os meios para atingir os fins;
  • T (Time-bound) - delimitados no tempo.
Mas isto não passa de teoria. E há-de ter sido mais ou menos isto que fizemos aquando da formulação das resoluções à meia-noite de 31 de Dezembro passado. Por exemplo, se uma das resoluções que adoptaram foi: “vou mais vezes ao ginásio”, até podemos dizer que é um objectivo SMART (ou quase):
  • S (Specific) – dizer “vou mais vezes ao ginásio” é bastante objectivo;
  • M (Measurable) – é mensurável porque consigo contar o número de idas ao ginásio;
  • A (Attainable) – é alcançável porque basta ir ao ginásio;
  • R (Realistic) – é realista porque basta ir ao ginásio;
  • T (Time-bound) – é delimitado no tempo porque é algo definido para o ano de 2018.
Logo, é um objectivo. Mas a forma como foi formulado não creio que dê o impulso necessário que leve alguém a ir mais vezes ao ginásio.
E lá por a nossa vida dever ser gerida, não temos, necessariamente, de pensar em nós como uma empresa que é para onde o SMART me leva automaticamente. Não somos só números. E, assim, pegando nos ensinamentos apreendidos, ainda que de forma morosa e dolorosa, em programação neurolinguística, acho que podemos arranjar aqui outra fórmula.
E assim, os objectivos podem ser ATIR, isto é:
  • A – absolutamente positivos quando são expressos, i.e., nada de dizer “eu não quero…”. Até porque, se formos positivos, as coisas boas acontecem; se formos negativos, são as experiências menos boas que nos podem vir bater à porta.
  • T – trabalhados num contexto e de forma específica, i.e., determinar o quando, o onde, e o com quem desejo que aconteça, bem como o quando, onde e com quem não o desejo
  • I – imagináveis em termos do que verei, ouvirei e sentirei quando atingir o que defini
  • R – regulados por nós próprios, isto é dependentes de cada um individualmente considerado e, como tal, sempre congruentes connosco e, adicionalmente, com os que nos rodeiam.
À luz do modelo ATIR, “quero ir mais vezes ao ginásio” podia ser transformado em algo deste género: “Em 2018, vou 100 vezes ao ginásio, logo de manhã e vou desafiar XX para ir comigo. Claro que quando ela não puder, vou na mesma porque só ficarei mais elegante se for eu a fazer os exercícios e não outra pessoa por mim. Já me estou a ver a começar o dia cheia de energia, a ser das primeiras a entrar no ginásio quando ainda tanta gente dorme e isso vai deixar-me mesmo bem disposta!”
Acham que podia resultar?
Isto não é mais que força mental!
E, uma sugestão adicional – reduzam a escrito os objectivos que vão formulando na vossa mente. Leiam-nos com frequência e alterem-nos, melhorem-nos se necessário for. Construam o vosso próprio livro de objectivos e façam concorrência ao Anthony Robbins.
E parece-me que, através do recurso a este modelo ATIR, conseguiremos, sem dúvida, instruir a nossa mente com vista à realização do que pretendemos, com vista à prática. E esta pode ser, sem dúvida, a forma como conseguiremos passar da teoria para o início da prática e, como tal, iniciar o caminho para ter ainda mais sucesso.
Estabelecer objectivos é uma travessia que se prolonga no tempo e que pode ser melhorada a cada dia que passa com a definição de mais e melhores objectivos (à luz do modelo ATIR, por exemplo) porque, como bem sabem, a vida não é estática. Quando cumpro algo que defini como a minha meta naquele momento, significa que está na hora de definir outro resultado a atingir.
Sem querer roubar-vos muito mais tempo, queria partilhar convosco dois versos de um poema escrito em 1875 por William Ernest Henley: “I am the master of my fate; I am the captain of my soul.” Versos estes que já apareceram em filmes, séries e letras de músicas e que, traduzido à letra, é mais ou menos assim: “Eu sou o mestre de meu destino; Eu sou o capitão da minha alma.”.
Retomando a pergunta – “como posso ter ainda mais sucesso?” – aqui vai a minha tentativa de resposta: para ter sucesso ou, dizendo de forma correcta, ainda mais sucesso, temos de estudar o mapa, as marés e os ventos, e imaginarmo-nos, ainda antes de começarmos a viagem, já atracados nesse bom porto de destino, visualizando esse local, ouvindo o que nos rodeia e sentindo em cada célula do nosso corpo o prazer de chegar a terra firme. Depois, temos de pegar no leme da nossa vida e não deixar que as rajadas de vento à nossa volta ou o mar turbulento nos façam navegar para onde não queremos. Mas, claro está, temos de ser flexíveis pois não queremos que as velas partam! E, igualmente importante, é percebermos quando já tivermos passado o Cabo das Tormentas para o outro lado pois, nesse momento, chegou a hora de definirmos uma nova meta.
Claro que não podia terminar esta minha pequena partilha sem vos deixar com uma frase feita que anda por aí em tanto blog e site e rede social e que é atribuída a Michelle Obama: “Sucesso não tem a ver com o dinheiro que você ganha. Tem a ver com a diferença que você faz na vida das pessoas”. Por estar aqui, esta tarde, à vossa frente, não ganhei qualquer cêntimo. Mas quero acreditar que estes poucos minutos vos fizeram pensar no que ainda podem melhorar para terem ainda mais sucesso e isso, só por si, já fez com que o meu dia fosse pleno de, lá está, sucesso.
E doravante, pensem como querem estabelecer as vossas metas para o 2º semestre de 2018. Ele está aí, já ao tocar de outras 12 badaladas!
Muito obrigada!
Muito sucesso a todos!"

Amêndoa