domingo, 23 de setembro de 2012

Ainda em recuperação

Vejo a minha caixa de correio quase todos os dias e só depois de a ver vazia (à excepção de contas e publicidade) é que me lembro que, se ainda não dei a minha morada ao cupido, não poderei receber qualquer carta de amor. Será que essas ainda existem? As redigidas no papel, pelo punho dos nossos mais que tudo?
Há pouco tempo enchi-me de coragem e abri o armário que não deve ser aberto (mais ou menos como o nome que não deve ser dito nos livros do Harry Potter), tendo encontrado várias cartas escritas pelo defunto. Li frases soltas das que estavam abertas e a única conclusão a que cheguei foi que nos amávamo mesmo muito… Não é de admirar que o odeie tanto!
Há quem diga que deveria destruir todo o conteúdo daquele armário. Mas aquelas são as únicas memórias que me restam de oito anos da minha vida, uma vez que apaguei todas as recordações do meu coração e do meu pensamento (a mente humana é mesmo fabulosa e quando queremos bloquear algo que nos magoa, conseguimos, de facto, fazê-lo).
Claro que o armário só ficou aberto durante 5 minutos. Tenho de enfrentar o passado, mas isso não significa que tenha de aturá-lo mais do que consigo suportar. Novo exercício terapêutico só no próximo ano. Até lá, continuo no exercício físico. Tenho a dizer que, a par das viagens sozinha, as idas ao ginásio são milagrosas para os momentos mais depressivos. Só é pena que a balança não reflicta todo o meu esforço…

Amêndoa

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