quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Bendita clarividência

Devagarinho, muito devagarinho, acho que começo a perceber o “problema”, se é que podemos apelidar a presente situação desta forma. Não quero chorar, sofrer, bater com a cabeça e ficar com o coração partido uma e outra vez. Não quero que volte a doer, a sentir-me com um pé no precipício, a cair desamparada. Não quero sentir-me sem rumo, perdida, desligada do mundo, com a cabeça em curto circuito. E por isto tudo não vou conseguir entregar-me e derreter-me por alguém só porque sim. Não vou sentir borboletas na barriga, nem a cabeça à roda enquanto não me sentir segura, enquanto não tiver alguém a agarrar-me com firmeza, a abraçar-me com alma e com todo o seu ser e a dizer-me que vai cuidar de mim e a pedir-me para deixar ser amada por ele. Vai ser preciso alguém que me segure, que não me deixe esquivar com palavras inventadas como desculpa, que me proíba de fugir para longe e que me diga algo como “deixa-me amar-te e mostrar-te o que é amor, amor verdadeiro, o meu amor por ti”. A música do Ne-Yo "Let me love you" é muito cheesy ou bimba, como lhe quiserem chamar, tal como este texto, mas é mesmo isto que se aplica à minha pessoa. Consigo catalogar que é esta pessoa quem eu espero ver aparecer um dia. Alguém que me mostre, diga, demonstre, faça ver por A + B que vai conseguir fazer-me feliz, que vai conseguir que eu o ame, que me vai fazer sentir única e especial.
Eu bem disse que andava complicada! 
Mas, finalmente, sinto que é isto…
As peças começam a encaixar e a fazer sentido…
Consigo agora perceber, só agora por incrível ou absurdo que pareça, a razão pela qual senti algo tão forte e num espaço tão curto de tempo por quem apareceu na minha vida em Dezembro de 2010, durante poucas semanas e de quem senti saudades, na verdadeira acepção da palavra, durante bastante tempo. Neste momento, é-me fácil alcançar o sentido das minhas próprias palavras “preciso de alguém mais forte do que eu e, desde há três anos, apenas conheci e tive na minha vida uma pessoa assim”. Porque quando aquela criatura deu um ar de sua graça, resgatou-me do buraco negro em que me encontrava. Quis salvar-me, fez-me sentir em segurança, com os pés em terra firme, demonstrou interesse e curiosidade por mim, criou momentos tão especiais e preenchidos. Deu-me o que eu precisava e conseguiu que me sentisse bem e cheia de vida. Fez-me sentir especial e acarinhada e importante. Deu-me força!
E a 14 de Novembro de 2013 sinto, finalmente, a leveza que procurava há tanto, tanto tempo. Tivesse eu tido consultas de psicanálise e afins e, provavelmente, teria percebido isto há mais tempo. Mas tendo decidido curar-me sozinha, apenas agora descobri a lógica em todos estes factos que sempre me pareceram desagregados. E enquanto fui escrevendo este texto, fez-se um clic. O que começou por ser um desabafo (o post resumia-se ao 1º parágrafo) levou-me a uma conclusão. É incrível!
Afinal, vou levar uma boa memória de 2013 e ao contrário do que sentia há alguns minutos atrás, não preciso, nem quero, que o ano acabe já por achar que não tem mais nada para dar! Sinto que o ano está agora a começar e que os meses de Janeiro a Outubro de 2013, por muito duros que tenham sido, foram essenciais para conseguir chegar a este ponto!

Amêndoa

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