quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Difícil ou impossível?

Há alguns dias atrás alguém que me conhece muito bem disse: “vai ser muito difícil encontrares alguém!”.
Desde que ouvi aquelas palavras que ando a mastigá-las, a pensar se será mesmo assim e a tentar contrariá-las.
Em Outubro de 2010 dei início, involuntariamente, à minha transformação numa pessoa completamente diferente do que era. Hoje sinto que entrei numa espiral de mudança da qual não consigo sair e que com o passar do tempo me vai complicando. Este caminho de diversas e profundas alterações tornou-me numa mulher dura e fria, calculista e inacessível, complicada e complexa, julgadora e muito crítica. Deixei lá longe o sorriso fácil, uma certa doçura e inocência e até mesmo a timidez que me caracterizava. Criei barreiras psicológicas invisíveis e quase intransponíveis e uma personalidade difícil de domar. Tenho ânsia de crescer profissionalmente, de ser e ter mais, de criar coisas novas. Não aceito que me digam algo como “não acho que sejas capaz de fazer isso” (só por entenderem que calçar saltos altos é incompatível com a criação de uma horta), sendo que o mais provável é virar costas a quem mo disser.
Neste cenário, é mesmo difícil (será impossível?) encontrar alguém com destreza e, principalmente, com vontade, de abraçar tamanhas características. Terá de ser alguém com um coração do tamanho do mundo e, simultaneamente, com força suficiente para me fazer sentir segura e me amansar. Que me delicie com horas de conversa e companhia e com a liberdade de uma tarde só para mim. Que seja o meu porto de abrigo, mas me deixe navegar nos meus sonhos e desejos. Escrevo isto mas, sinceramente, neste momento, não sei se serão estas as características essenciais porque, na verdade, não me sinto capaz de catalogar a pessoa que, não sendo perfeita, será a certa para mim.
Sei que somente após essa pessoa aparecer na minha vida serei capaz de semear o que há de melhor em mim e deixar crescer raízes que me prendam a ela. Até lá, tenho a certeza que todas as sementes deitadas à terra serão levadas pelo vento.

Sim, vai ser muito difícil encontrar alguém e isso deixa-me com o coração apertado e com os olhos tristes. Mas como a esperança é a última a morrer e o que é nosso à nossa mão vem ter, espero que essa pessoa esteja por aí e que um dia se digne a aparecer.

Amêndoa

1 comentário:

Robot 81 disse...

As pessoas importantes na vida e que nós dão a volta à cabeça, aparecem quando menos se espera =)

Gosto de acreditar que é assim.