sexta-feira, 2 de setembro de 2011

É a hora!

Li alguns poemas de "Mensagem" de Fernando Pessoa, em muito graças a uma peça de teatro da qual fiz parte já lá vão 12 anos. E das longas horas de ensaios, foram muitos os poemas que me ficaram na memória, alguns dos quais acabei por decorar.
Existe um poema, intitulado "Nevoeiro", da qual gosto muito, que me parece apropriado para os dias que correm, tanto a nível nacional, como num plano mais pessoal. Aqui fica:

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fatuo encerra. 
Ninguem sabe que coisa quere.
Ninguem conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ancia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

Amêndoa


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