quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Enche-me o coração (7)

Já era noite quando ele lhe disse:
- Com tudo o que tivemos de fazer hoje, até nos esquecemos das apresentações. Chamo-me Carlos, e a menina?
- Chamo-me Margarida.
E de imediato, sacando-o do bolso do casaco, ofereceu-lhe um ramo de flores tão grande que ela nem sabia como segurá-lo, pois continuava de braço dado com ele.
- Fui buscá-lo à Madeira. Não gosto nada dos que vendem cá - disse-lhe a sorrir sob a luz de um lampião.
- São belíssimas - respondeu-lhe Margarida. - O azul, então... É a minha cor preferida.
E Carlos tinha feito um sinal afirmativo com a cabeça, como a confirmar que sabia há muito qual era a sua cor preferida.
- E agora? - perguntou ela.
- Agora, o principal está feito - respondeu ele.
- Estamos então entendidos, não é verdade?
- Sim, estamos.

In "Esteja eu onde estiver", de Romana Petri (o meu primeiro livro deste ano).

Não precisa ser real no acto, desde que seja verdade no coração.
Amêndoa

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