Lido hoje, mas sentido na pele,
na alma, no coração e em cada bocadinho do meu corpo há anos atrás. Revejo-me
em cada linha. Afinal é igual em todo o lado. Já passou tanta água debaixo da
ponte desde que aconteceu. Raramente penso no assunto e, quando acontece, chego
sempre à mesma conclusão – devia ter acabado muitos anos antes de 2010. Mas
fazer esta análise com esta distância temporal é muito fácil. É mais ou menos
como pensarmos que se, presentemente, repetíssemos os exames do primeiro ano do
curso, teríamos acabado com uma média altíssima (não que me queixe da minha). Acho
que nesta história toda, só falta uma coisa… descobrir como perdoar. Por ele não
sinto saudade, não sinto ódio, não sinto absolutamente nada. Estou naquele estágio
de indiferença ao qual se chega depois de muita luta e reorganização interna. Tive
as entranhas revolvidas e o coração em papa durante muito tempo, mas passou. O
tempo tudo cura! Mas será que já estou preparada para perdoar-lhe todo o mal
que me infligiu? Talvez não… Sinto que esse dia vai chegar, mas provavelmente
ainda decorrerão muitos anos até que consiga fazê-lo. E isso, apenas e só,
porque sinto que ele não merece que o perdoe. O verbo é mesmo esse – merecer!
Será que algum dia vai merecê-lo? Não sei… Talvez não… Mas em algum momento do
meu futuro até isso me será indiferente e o perdão chegará de forma natural. Tendo
em conta que um dia lhe disse, com todas as letras, que nunca o perdoaria, noto
aqui uma grande evolução e melhoria. Bom sinal! Afinal não sou assim tão má
pessoa!
Amêndoa
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